terça-feira, 21 de junho de 2011

Sobre a Mesa, Nosso Mapa

Saudações, Steamagers. Esse post seria do Enrico, mas por problemas técnicos - na verdade com a internet de seu trabalho - ele não conseguiu programar no blogger e pediu para que colássemos o seu texto. A partir daqui, reproduzirei exatamente as palavras dele.


Abraços, e desfrutem nossa surpresa para o Dia do Vapor!!!

Heitor V. Serpa

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        Sobre a Mesa


Os olhos do garoto brilharam tão logo o velho sentou-se a sua frente e desdobrou o mapa que havia retirado de um velho diário.
- Muito bem, seu pai quer te manter aqui pro resto da vida pra continuar cuidando dessa oficina, que já era do seu bisavô muito antes de eu saber o que é uma chave de fenda. Mas e você, pequeno Leif, o que quer? – e tirou fumo do bolso, preparando o cachimbo – Deixa eu te falar um pouquinho de cada lugar, ou será que pensa que não sei o que se passa nessa sua cabecinha?
- Tá vendo aqui? – e apontou pra uma área aparentemente vazia na parte superior do mapa – Aqui é de onde falam que veio toda a vida, o Deserto da Origem. Olha bem, não tem nada desenhado, não é? Exato, fora as bases Alta, essa porcaria só tem criaturas estranhas nem um pouco amigáveis, e muita areia. Não sei o motivo da Federação querer manter máquinas aí, só serve pra dar problema. Eu mesmo já voei em várias missões só pra reparar uma pecinha que havia enguiçado. Odeio aquele lugar, é quente demais! – parou por um momento, acendeu o cachimbo e teve um longo acesso de tosse só interrompido após tragar pela primeira vez.
- Essa erva é medicinal, mas fique longe dela! Aqui – e colocou o dedo ossudo um pouco mais abaixo, perto de uma cadeia de montanhas – Kresta, onde muita coisa já ocorreu. Era um lugar muito rico em minérios, os reinos usavam pra forja das suas preciosas armas de metal. Isso foi antes da chegada da Cidade Voadora! Isso mesmo, tão grande que é difícil de imaginar. Poucos foram os que subiram até lá. Muitos tentaram sem ser convidados, mas poucos voltaram. Os anões não são muito amigáveis, entende? Mas sem eles, ainda morreríamos de frio nos invernos, ou viajar pra Alesja demoraria uma eternidade. Melhor, sem eles não haveria oficina pro seu pai ficar te enchendo. Como conseguimos esses avanços? Simples, nós de Acresya disputávamos com Lucrea pela região das montanhas, e tão logo os anões chegaram, houve a necessidade de um acordo. Em troca dos recursos, eles nos dariam o almejado conhecimento. Ainda acho que foi muito gentil da parte deles aceitar, visto que poderiam ter feito com que nós desaparecêssemos, ou você pensa que poderíamos combater aquilo? Duvido que hoje sejamos páreo para – e interrompeu subitamente, batendo o punho na mesa pra acordar o garoto sonolento – Presta atenção, sua manchinha de óleo mal resolvida, ou juro que te deixo aqui e ajudo seu pai a te vigiar – deu mais uma tragada e prosseguiu – Esses homenzinhos podem fazer chover fogo do céu, mas por algum motivo ficam quietos lá, não faço ideia do porque, e nunca fui pago pra pensar, muito menos me preocupar com isso. Só sei que por um tempo tudo foi ótimo, todos ficaram maravilhados com os saltos tecnológicos e não demorou pra que Lucrea se unisse a nós e Alesja e dominasse os outros três reinos. Foi um período de certa tranqüilidade, já que nenhum dos subjugados poderia se rebelar e os aliados estavam numa posição confortável demais pra tentarem algo.
-O que demoraram pra perceber foi que os anões estavam pegando mais do que o combinado, com muitos deles encontrados além dos limites pré-estabelecidos. O recém formado Conselho decidiu acabar com isso, dando o Grande Golpe. Isso há uns 150 anos; alguns falam na captura do Rei Anão, mas ninguém sabe ao certo como aconteceu... Só se sabe que os vínculos foram cortados e os anões são muito mal vistos em alguns locais, inclusive sendo caçados em Alphina. Se bem que lá tudo é motivo, eles são muito frescos naqueles lados, duvido que algum daqueles riquinhos tenha algum dia sujado as próprias mãos pra arrumar um aquecedor que seja.
- Que seja, nós formamos uma nova capital bem aqui do lado chamada de Átrio do Conselho. Pouco a pouco ela foi expandindo seu domínio, procurando isolar a cidade voadora. Agora eles eram uma potência atrás de recursos, e ainda hoje há pontos que mesmo tendo possíveis riquezas não foram explorados devidamente, seja por resistência dos habitantes locais, por condições ambientais adversas ou ambos. Nesse ponto você se daria bem, com essa cabeça fresca seria um bom diplomata, só falta a coragem pra encarar os nativos – e deu uma sonora risada, seguida de mais um acesso de tosse e outra tragada profunda.
- Certo, agora olhe aqui – e percorreu o dedo pouco ao lado de Kresta, numa grande abertura entre as montanhas – Se a vida veio do Deserto da Origem, então passou por aqui e começou Lucrea. E a conseqüência disso é que nesse estado há a maior concentração de desenvolvimento e pesquisa de novas tecnologias, com uma escola dedicada somente a isso; seu pai e bisavô passaram por ela. Podem até não assumir, mas os políticos lucre são maioria, e não raro tem maior influência na tomada de decisões. Por fazer fronteira com a cidade voadora há aqui a necessidade de uma maior força militar, algo que com certeza é cumprido com honra. Seu exército possui contingente suficiente para abastecer as Forças Armadas e manter reservas na cidade. Só que isso não se repete em todas as regiões, por isso a Federação estimula e patrocina grupos, chamados Companhias de Guarda, para que cuidem desses locais menos protegidos no interior de cada uma. Conflitos entre esses grupos são comuns, eu mesmo já participei de alguns e posso dizer que são divertidíssimos, até seus amigos tombarem e você ter que fugir com o rabo entre as pernas. Foi assim que ganhei esse aqui – e bateu o pé de metal no chão, produzindo um som oco característico.
- Essa região você tem que saber, certo? – apontando para Acresya, e novamente atingindo a mesa com o punho ao perceber a negativa – Droga, garoto, o que seu pai te ensina? Aqui há muitos cavalos e sua função é ajudar com o trabalho pesado nas famílias menos abastadas, além de servir para exibição das famílias nobres. Costumamos medir essa nobreza de acordo com a quantia de cavalos e quantos deles ficam parados ocupando espaço. Antigamente eles eram o orgulho do exército, a cavalaria mais rápida de todas. Mas isso foi se acabando e a nossa especialidade agora é outra: máquinas de combate. Simples veículos batedores, armaduras de guerra, cavalos à vapor, carros destruidores e os famosos juggernauts, sempre copiados, mas nunca superados. Caso você veja um desses em combate, não pense duas vezes, só corra. Os melhores mecânicos vem daqui e nossa família não é exceção. Por ter tanta engrenagem nossa região é a que melhor aceita os anões, mas ainda assim há uma pontinha de desconfiança. Os que nasceram depois da separação comportam-se de maneira estranha, alguns incorporam o nosso modo de vida, outros repudiam totalmente e vivem em reclusão ou raramente atentam algo para conosco. Mais de uma vez uma Companhia já perseguiu algum anão descontrolado pilotando máquinas ameaçadoras rumo ao Átrio.
- Faça-me um favor, certo? Vá na cozinha e me traga um copo de wapple – tão logo o garoto saiu, o velho começou a contemplar longamente a área de nome Huanda, perdendo-se em memórias guardadas com cuidado.
- Finalmente – e bebeu o pequeno copo de um só gole – não faça isso, é medicinal também. Vejamos, falei do exército de Lucrea, da cavalaria mecânica de Acresya, então resta a Marinha de Alesja. Você pode perceber ao olhar brevemente o mapa que a posição ajuda muito e a escolha do mar era mais que óbvia. É daqui que partem as expedições pra Insecura e Anguria, duas ilhas ainda pouco exploradas. Navegar aqui significa lidar com piratas. Há aqueles que são ‘empregados’ do governo obtendo permissão pra saquear certos navios que por ali passam. A pressão é grande para que acabem de vez com esse problema, mas o lucro nunca é desprezado, por isso, de tempos em tempos pequenos grupos são capturados pra servir de bodes expiatórios e diminuir os ânimos. A conseqüência de tantos lobos-do-mar é o grande número de prostitutas na região. E como o Estado contornou isso e gerou mais lucro? Organizou-as em grupos, grandes cassinos e bordéis de luxo, chegando a ‘exportar prazer’ para os demais estados. É dito que as melhores garotas são de Alesja. Ah,e  jamais comente sobre com sua mãe, seu pai, ou qualquer outro adulto, você ainda é muito novo pra ir pra lá!

O garoto, finalmente pareceu animado com a história. Foi quando o velho sorriu e disse:

–Mas está tarde, vamos deixar para outro dia antes que seu pai lhe castre. Bom, boa noite rapaz, amanhã quem sabe, se você se comportar, eu não lhe fale mais sobre os selvagens, mulheres... e os terrores de Molobia.

Então, curtiram o mapa? Eu quase entrei em êxtase aqui, haha. Todos os créditos ao nosso artista, o respeitável Sr. Douglas Reverie!
É isso, um Feliz (final de) Dia do Vapor para todos!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Parabéns para um de nós!!


Caros Steamagers, este texto não abordará nenhum aspecto do cenário. Mesmo assim, não deixa de ser importante. Hoje é o aniversário de alguém muito especial em nosso trio, o Enrico P. Ignacio. Vocês não devem ter visto a cara dele ainda, e em virtude disso o Douglas fez um desenho sagaz pra lhes dar uma noção:






Viram? ASSIM que um Steamager deve parecer (mentira, nem andamos pela rua desse jeito). Brincadeiras a parte, fica aí um presente obra-prima para um dos grandes criadores. Ele ainda não postou por aqui, mas tem sido o principal desenvolvedor de idéias entre nós três. Arrisco dizer que nada disso teria começado não fosse a empolgação dele em nos juntar em prol do vapor.


Pensam que acabou? Nada disso. Já que usamos o tempo desta tarde para fazer o post, vamos adiantar uma coisa: amanhã, no que vai se concretizar como Dia Nacional do Steampunk –21/06, aniversário do Conselho e de seu mentor. Ao mesmo tempo – o rapaz de dois óculos aí em cima fará sua primeira postagem aqui no blog, com direito a uma surpresa nível épico. Tenho certeza de que irão gostar =)

É isso, queridos leitores. Mais uma vez obrigado pelo apoio e divulgação, e parabéns ao Enrico pelos seus... ahn... Incontáveis anos!!!

P.S: Meu aniversário ta chegando também (03/07). Quero um desenho legal, ouviu meu caro Douglas? Hahaha.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Junho/Julho - Mês Steamage


Bom pessoal, andei desaparecido. Quer dizer, todos nós. Este primeiro semestre foi bastante corrido, graças a momentos pessoais complicados, profissionais conturbados e os estudos sem permitir nenhuma trégua. Posso dizer que estou de férias, aliás, posso dizer também por parte do Heitor.

> Federação dos Seis
Bem, este blog foi criado inicialmente para atualizar todos os leitores que nos visitam sobre o andamento de nossa obra. Devo admitir que está lento, mas estamos recheados de idéias novas e mudamos um pouco a base de nosso cenário a vapor. Não completamente, mas toda uma nova história sobre as raças foi elaborada. A criação de um mapa se fez necessária para nos guiarmos pelas Terras Baixas onde acontecerá nosso primeiro romance (falaremos melhor disso mais pra frente). Antes de divulgar o mapa, o que acontecerá em alguns dias, gostaria de falar um pouco sobre o mundo nesta postagem. Posso lhes adiantar que a Federação Dos Seis, bloco que estamos abordando como foco principal por enquanto, é constituido por Seis Reinos antigos, agora Seis Estados Federados, unidos por um ideal. Vilões/heróis do mundo, os Seis Reinos são importantíssímos nas Terras Baixas, tendo seus territórios em expansão graças, claro, a colaboração dos Anões de Kresta, que acabaram cedendo sua tecnologia a vapor para as mãos dos humanos, que até então tinham uma vida primitiva, sem os confortos da revolução industrial. Cada Reino, agora chamado de Estado ou Região, mantém uma caracteristica própria, com hábitos culturais, diferenças climáticas, diferenças étnicas... São eles: Lucrea, um reino um pouco mais alto, talvez o mais importante do bloco; Alesja, um estado portuario; Acresya, que faz fronteira com Lucrea; Alphina, com seus habitantes bairristas e puritanos; Etherea, bloco interessante, cheio de éticas dos bons valores antigos; e por fim Molobia, certamente o local mais assustador de todo território baixo.
Assim, estamos caracterizando cada ponto, com novas idéias. Kresta é um nome importantissímo que deve e será relembrado a cada instante.


Ah sim...


Mês Steamage,
Fixamos um acordo pessoal de compromisso para com nós mesmos. O de termos um material grande ao fim destes dois meses. O mapa está pronto e devemos finalmente começar os romances, que pré estabelecemos estes meses para ficar pronto, para assim irmos revisando e encaixando os detalhes. A idéia deste desafio pessoal é criarmos um material interessante em muito pouco tempo, um bom exercício. Assim, Heitor e eu fechamos um vínculo de que nada atrapalharia isto. Então, este acordo não é apenas nosso, mas sim com todos vocês que aguardam material de Steamage. A ideia é que, ao fim deste próximo semestre, tenhamos um material pronto, e quem sabe tornarmos isto um RPG de fato.

Por hora é isso.

Grande Abraço a todos!